quinta-feira, 9 de abril de 2009

A PAZ DOS AYMARAS

Trago aqui nesta semana santa, meu desejo de paz dos índios aymaras do altiplano boliviano.
Segundo os aymaras, cada pessoa para estar bem com o seu mundo, precisa de sete diferentes tipos de paz.
A primeira, é a paz “para cima”, com Deus, com os espíritos, com os antepassados. É a paz com a dimensão espiritual, metafísica, como alguns gostam de chamar, é a paz com os mistérios do mundo.
A segunda, é a paz “para baixo”, com a terra que pisamos. No tempo dos aymaras, essa terra era um simples local em que eles plantavam. Hoje, temos um maiúsculo Planeta. Não é possível estar em paz nos tempos de hoje se não estivermos em paz para cima, com os espíritos, e para baixo, com a Terra, a paz daqueles que não destroem mas respeitam o Planeta como a nossa casa. A paz do equilíbrio ecológico.
A terceira, é a paz “para frente”. Para os aymaras, a paz “para frente”, era a tranquilidade com o próprio passado. Com a sabedoria deles, o futuro está atrás, porque o futuro é desconhecido. E ninguém está em paz se não tem paz com o seu passado, se vive com remorsos.
A quarta, é a “paz para trás”, que é a paz do futuro, sem medo do que vai acontecer, sem temer o que virá pela frente.
A quinta paz defendida pelos aymaras era com “o lado direito”, que é a paz com a família e com quem convivemos permanentemente.
A sexta paz era com “o lado esquerdo”, que seriam nossos vizinhos pois não adianta ter a paz apenas dentro de casa; é preciso ter paz com aqueles que estão ao lado também. Só que no tempo dos aymaras, os vizinhos eram alguns grupos esparsos de outros indígenas. Hoje, são todos os habitantes do Planeta.
A sétima paz é a paz “para dentro”, a paz que cada um tem de ter consigo mesmo, porque se pode ter todas as outras formas e não estar, internamente em paz.
Desejo a todos, as sete formas diferentes de paz que os aymaras defendem.
Que esta paz de sete formas diferentes chegue a cada um em cada canto desse planeta como se fossemos ainda uma pequena tribo isolada mas com a alegria e a pureza dos índios.

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