segunda-feira, 24 de novembro de 2008

MOVIMENTO EDUCACIONISTA SE PREPARA PARA O DESFILE DA MANGUEIRA



O Movimento Educacionista está se organizando para participação maciça no desfile da Verde e Rosa em 2009.

Já confirmaram presença 8 representantes do Movimento em Brasília, além dos seguintes Coordenadores de Núcleos Educacionistas: de Ourinhos, São Paulo, José Francisco Júnior; de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Ricardo Menezes; de Cabo Frio, Rio de Janeiro, Claudia Regina Alves de Souza, além de Rita Mendes (Jacarepagua - Rio) e Lúcia Spilotros (Humaitá -Rio).


O carnaval do Rio de Janeiro celebra os 25 anos do Sambódromo e a Mangueira vai homenagear o grande educador, antropólogo, político e professor Darcy Ribeiro.
O enredo é baseado no livro "O Povo Brasileiro". A Mangueira vai mostrar as cinco regiões do país através de suas maiores festas e retomar o passado revivendo o início da formação do povo brasileiro.


Na foto, a Professora Maria Rachel Coelho com André Tourinho Ribeiro, sobrinho neto de Darcy Ribeiro e coordenador do Núcleo Educacionista de Belo Horizonte, Minas Gerais.

JULGAMENTO DA RAPOSA SERRA DO SOL REMARCADO PARA 10 DE DEZEMBRO


O julgamento da Petição (PET) 3388, sobre a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, será retomado no dia 10 de dezembro pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal. Com a liberação do processo pelo ministro Menezes Direito, que pediu vista dos autos anteriormente, a votação havia sido marcada para a próxima quarta-feira (26). No entanto, ao final da sessão plenária desta quarta-feira, a data foi reservada para a continuação do julgamento do Inquérito 2424, suspenso, transferindo o caso Raposa Serra do Sol para dezembro, conforme anunciou o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes.

No início do julgamento da PET 3388, em agosto, apenas o relator do processo, ministro Carlos Ayres Britto, se pronunciou sobre a matéria, votando pela manutenção integral da portaria do Ministério da Justiça, que definiu a demarcação da área indígena de forma contínua. Logo em seguida, o ministro Carlos Alberto Menezes Direito pediu vista do processo, suspendendo o julgamento.

domingo, 23 de novembro de 2008

NO RIO MOBILIZAÇÃO PELA LEI DO PISO NA PRAIA



O Movimento Educacionista realizou neste domingo uma mobilização pela Lei do Piso Nacional dos Professores, na Praia do Leme. Por intermédio de Adailton Ribeiro Ramalho, responsável pelo Núcleo Educacionista do Morro Chapéu Mangueira, os moradores da comunidade ajudaram durante toda a manhã e no começo da tarde à professora Maria Rachel Coelho a informar as pessoas sobre a Lei.

Inúmeros turistas passaram pelo local tirando fotos, sensibilizados com a situação de perigo pela qual passam os professores brasileiros de perderem o direito de terem um piso depois de tanta luta.
Para uma professora da rede municipal, que indagou como ficam os Estados que já pagam mais, Maria Rachel explicou que o Piso de R$950 é o mínimo, e que nada impede que o piso regional seja maior ou aumentado, só não pode ser inferior ao nacional.

Segue, explicação dada inclusive usando como exemplo o salário mínimo que no Rio é maior, pois essa dúvida pode ser também de outros professores:


...”A União tem competência privativa (delegável) para legislar sobre Direito do Trabalho (CRFB/88, art. 22, I). Assim, à União compete fixar o valor do salário mínimo (CRFB/88, art. 7.º, IV) e os pisos salariais, fixados por categoria (CRFB/88, art. 7.º, V). No entanto, há uma lei complementar da União, editada com apoio no parágrafo único do art. 22 da CRFB/88, que delega aos Estados competência para fixar pisos salariais regionais. Piso é mínimo a ser recebido pela categoria. Não se confunde com teto, que se fixa apenas para os servidores públicos. Desse modo, se o piso regional é superior ao nacional, em nada isso prejudica a possibilidade de concessão do aumento...”

O Movimento Educacionista agradece à VIVIANE DA SILVA, do quiosque “POINT DA VIVI”, último antes da Pedra do Leme, que manteve a faixa do Movimento pendurada durante todo o dia.

sábado, 22 de novembro de 2008

NÓS TAMBÉM PODEMOS!




*Por Maria Rachel Coelho

No último dia 20 de novembro foi divulgado pelo Ministério da Educação os resultados do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).A nota média nacional na prova objetiva caiu quase dez pontos em relação ao ano passado: de 51,52 em 2007 para 41,69 em 2008. O Enem teve 2,9 milhões de participantes.
No mesmo dia a Câmara dos Deputados aprovou o PL nº 73, que vai garantir a política de cotas nas Universidades Federais e nas escolas técnicas. Além das cotas raciais, haverá a cota social, baseada na renda familiar, para beneficiar os estudantes mais pobres. Dentro da reserva dos 50%, agora há dois critérios: a renda familiar de até um salário e meio per capita e a racial. Neste último, haverá uma porcentagem proporcional ao número de negros, pardos e índios, habitantes de cada Estado.
Duas frustrações.
A primeira , porque a Câmara havia assumido um compromisso de, neste ano, nos 120 anos da abolição, nos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, nos 20 anos da Assembléia Nacional Constituinte, aprovar o Estatuto da Igualdade Racial, já aprovado no Senado. O Estatuto da Igualdade Racial é feito de políticas afirmativas que, nos Estados Unidos, foram aprovadas ainda na década de 60. Nós, 48 anos depois, estamos discutindo se vamos aprovar ou não políticas afirmativas. Vale lembrar que o projeto volta para o senado por conta de uma emenda que sofreu e que alguns senadores já garantiram que vão aperfeiçoá-lo.
O projeto traz uma ilusão. A cota para pessoas de baixa renda é uma ilusão porque os pobres, com raríssimas exeções não terminam o ensino médio.
A solução definitiva que é uma escola pública de qualidade para todos fica distante pois o sistema de cotas leva a um acomodamento na luta para melhorar a escola pública. O povo, equivocadamente imagina que não é preciso melhorar a escola pois já tem a cota. Só que eles não vão concluir o ensino médio.
Uma emenda feita na Câmara e que será aperfeiçoada no senado é a dispensa do vestibular. Num país em que as escolas são todas iguais, como a Finlândia, as notas das escolas bastam. Mas, num País com as nossas desigualdades, isso não funciona. A nota da escola é irreal para saber quem é melhor ou quem é pior. Um aluno de uma escola de altíssima qualidade, vai ter nota pior do que outro de uma escola pequena cujos professores decidiram dar nota 10 para todos. Esses entrariam na universidade, e aquele ficaria de fora. Isso será debatido e resolvido no senado.

Mas e quem vai resolver o problema do Brasil para o futuro? Se estamos caminhando nesse passo, piorando a avaliação de um ano para outro. Vamos continuar discutindo cotas, que evidentemente ainda são necessárias ou vamos começar a mudança para que um dia não precisemos delas?

O Estatuto da Igualdade Racial há dez anos em debate.. Será que vamos ficar mais dez anos esperando a boa vontade dos deputados, para que votem o Estatuto? Será que o Brasil não pode, 48 anos depois dos Estados Unidos, aprovar o Estatuto da Igualdade Racial? Talvez com o Estatuto aprovado nós não precisemos esperar quarenta e oito anos para se dizer que não precisamos mais de ações afirmativas.

Temos que deixar de ser um país de cotas, e sermos um país apenas desigual pelo talento, pela persistência, pela dedicação e pela vocação.


A outra frustração foi o resultado do Enem e trazendo uma piora nas ciências exatas, que é a área que vai permitir ciência e tecnologia, embora tenha havido uma melhora na redação. Vamos começar a investir em produtos nossos feitos aqui ou vamos continuar pagando ciência e tecnologia de fora? O Brasil não exporta inteligência, sistemas e chips porque não tem. Temos que produzir conhecimento e não importar dos outros e ficarmos apenas na produção material de bens primários, usando as mãos no lugar dos cérebros.

O MEC se contenta em comemorar quantos foram mal alfabetizados mas não se preocupa em quantos faltam ser alfabetizados. Amostras de 97% de matriculados que não significam freqüência, assistência e permanência até o final do ensino básico ou médio.

Por enquanto, precisamos das bolsas e das cotas mas nenhum dos dois é transformador. Precisamos urgentemente começar uma mudança profunda, e não ficar em simples ajustes provisórios. Podemos ser um Brasil de soluções permanentes. Precisamos erradicar a pobreza e não administrá-la .
Não podemos mais nos contentar em dar continuidade a isso. O Brasil não é um país de bolsas e cotas. Nós também podemos!


Artigo publicado:
em 23/11/2008 no
http://www.ncpam.com/




e no Blog Cidadania e Justiça em 24/11/2008